terça-feira, 1 de março de 2011

NOTÍCIAS INTERESSANTE - Nova proposta para doação de rim favorece jovens

                    Imagem (Google)

Pela proposta em estudo na rede-americana de órgãos para transplantes, pacientes jovens terão mais chances de conseguir rins que os mais velhos.

A nova política substituiria o atual sistema de ordem de chegada (quem chega primeiro, recebe antes o órgão) e tem o objetivo de oferecer um ajuste melhor entre a espectativa de vida de quem recebe o órgão e a vida funcional do rim doado. "Hoje, se você tem 77 anos e há a oferta de um rim de 18 anos, vai recebê-lo", disse Richard N. Formica, médico especialista em transplante da Universidade Yale e membro do conselho que dedigiu a proposta.

"O problema é que você vai morrer com esse rim ainda funcionando, enquanto alguém de 30 anos poderia ter ganhado esse órgão e vivido para ver os netos se formando na faculdade."

CLASSIFICAÇÃO. Segundo o projeto em discussão, pacientes e rins receberiam uma classificação por idade, e os 20% dos órgãos e das pessoas mais jovens e saudáveis seriam separados em um grupo. Os melhores rins seriam, então, doados para quem tem maior expectativa de vida. Os 80% restantes dos pacientes ficariam em outra lista de espera de doadores, e a rede nacional de doação de órgãos tentaria garantir que  a diferença de idade entre doadores e receptores não fosse maior que 15 anos.

A proposta não resolve as disparidades geográficas que fazem com que pacientes em Nova York  e Chicago esperem por muito mais tempo do que os da Flórida. Essa distribuição local é resultado não só da preocupação com o fato de que órgãos vindos de locais distantes não cheguem a tempo para a cirurgia, mas também das disputas entre os centros de transplantes. Lainie Friedmam Ross, diretora do McLean Center para Ética na Clínica Médica, da Universidade de Chicago, disse se opor à nova política porque "o maior problema é a geografia, e não estão fazendo nada para resolvê-lo".

Ross disse que também se preocupa porque toda política que favoreça pacientes mais jovens com rins de doadores mortos pode reduzir a doação ou redirecionar para os mais velhos rins de doadores vivos, que não são tratados na proposta. Estabelecer cotas médicas é comum nos Estados Unidos, mas isso em geral é feito extraoficialmente.

LISTA DE ESPERA. Propostas para sistematizar cotas raramente são adotadas, e Formica e outros envolvidos fizeram um enorme esforço para explicar que o projeto não trairia desvantagens para a maioria dos pacientes nas listas de espera. No entanto, Formica admitiu que os pacientes mais velhos teriam maiores dificuldades sob a nova política.

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