quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

HISTÓRIA - O Carnaval de Várzea Alegre sempre foi uma uma grande festa

Registro fotográfico do primeiro bloco oficial de Várzea Alegre - "Pode Ser" - 1942 (Arquivo família Diniz)

Na imagem, grandes personalidades da sociedade varzeaalegrense. O registro fotográfico foi feito em frente à residência da família Costa, na antiga rua Major Joaquim Alves, em frente a Rádio Cultura, local onde hoje está sendo construído o prédio da loja de móveis e eletros Macavi.



COMO NASCEU O CARNAVAL EM VÁRZEA ALEGRE




A cidade de Várzea Alegre é conhecida por promover um dos carnavais mais autênticos e alegres da região. Mas, como nasceu essa folia momina em nossa cidade?


No relato dos mais antigos encontramos fatos interessantes. Segundo nossa pesquisa, na década de 60, duas famílias, em locais distintos do município, deram origem ao nosso carnaval.


A família costa costumava reunir na residência de Zezinho Costa, na cidade, um grupo de amigos para festejar o carnaval. Enquanto isso, outra família, a do senhor Antônio de Sousa, do Sítio roçado de Dentro, reunia um grupo de lavradores da região com  o mesmo intuito.


Já no ano de 1963, sob os embalos das marchinhas carnavalescas "Pó de Mico", "O Quartel", "A Caneca", entre outra, Pedro Sousa tocava sua sanfona de oito baixos, liderando o grupo que saiu do Roçado de Dentro pelas entradas, todos pintados de carvão, com máscaras de papelão e chapéus de palha. Animados pelo consumo de aguardente, perderam a timidez e entraram pelas ruas da cidade.


O grupo era formado por personalidades como: Chiquinho Menezes, Matias Sousa, Antão Menezes, Antônio Souza, Braz, Antônio de Zé de Ana, Manoel do Sapo, Munda Mariano, Zé de Sousa, entre outros, todos tocando instrumentos Receosos de serem repreendidos por brincarem o carnaval, os foliões esperavam em determinado ponto antes de adentrar a cidade. Para que prosseguissem dali em diante, era necessário que Vicente Santiago, que ia bem à frente do grupo, lhes desse um sinal positivo, de que a população aprovaria a atitude do grupo. O que, aliás, sempre acontecia.


A parada do desfile foi na Rua São Vicente. Atendendo ao convite do empresário Joaquim Diniz, e sua esposa, Balbina Diniz (ela do Roçado de dentro), o grupo se dirigiu à residência dos dois, localizada na Rua Duque de Caxias, onde se deu prosseguimento à festa com uma farta distribuição de bebidas.


O convite do casal Diniz deu origem à tradição de encerramento dos desfiles de escolas de samba e blocos alternativos acontecerem no Pólo de Lazer Antônio Alves Costa, o antigo calçadão, em frente à casa de Joaquim Diniz e Dona Balbina.


Somente um ano depois, o mesmo bloco desfilaria pelas ruas da cidade, só que os brincantes estavam uniformizados. A este grupo de foliões se juntava o bloco "Os Orientais", cujos integrantes, fantasiados, passaram a constituir  o primeiro bloco da sede urbana a desfilar no carnaval.


A EVOLUÇÃO


Na década de 70, o carnaval de Várzea Alegre ganhou espaço e apoio da sociedade e passou a ser organizado pelo Lions Clube. O Recreio Social era palco das festas carnavalescas e reunia os blocos nos encontros que marcaram a época. Também nesta década, com o CREVA - Clube Recreativo de Várzea Alegre já inaugurado , e dispondo de uma ampla área, os blocos passaram a organizar ali o evento.


Várzea Alegre conta hoje com duas escolas de samba. Orgulho do povo do Município, a Escola de Samba Unidos do Roçado de Dentro nasceu do Bloco do Roçado. Já a Escola de Samba Mocidade Independente do Sanharol, organizou-se do Bloco da "Véia", criado por Antão Leandro, do Sítio Sanharol.


O evento foi se mordenizando na mesma  proporção que ia ganhando as ruas. as festas, atualmente, são realizados nos centros das cidades, geralmente animadas por trios elétricos ou bandas, que se apresentam em palcos montados. Aqui em Várzea Alegre não é diferente. No final dos anos 1980 e início dos anos 1990, o município aderiu ao estilo moderno. Nem mesmo as chuvas torrenciais e nem as enchentes que se seguiram a elas, foram suficientes para impedir que o carnaval deixasse de acontecer.


Em 2004, mesmo com a cidade isolada, por causa da queda das suas pontes e sem apoio algum da administração municipal daquela época, o povo resolveu promover o carnaval. Não houve festa em praça pública, mas os foliões atravessaram rios, adversidades e fizeram a festa. Provalvemente, sem o mesmo entusiasmo, mas ainda assim com grande brilho.


No ano de 2005, primeiro da gestão do governo Tempo de Crescer, o prefeito Zé Helder criou a Secretaria Municipal de Cultura e Turismo, que organizou e promoveu um dos melhores eventos de todos os tempos. Hoje, os vários blocos existentes somam-se às escolas de samba, concentrando-se em lugares diferentes e desfilando pelas ruas da cidade com muita animação.


O atual governo do município, sob a responsabilidade do prefeito Zé Helder, vem investindo no carnaval de Várzea Alegre se profissionalizou e ganhou grandes proporções, atraindo foliões de todas as ragiões do país, com foco nas regiões Centro-Sul e Cariri. O Pólo de Lazer, tradicional ponto da festa, não comportava mais o público. A solução para o problema veio em 2010, quando a prefeitura construiu o Parque Cívico São Raimundo Nonato, na área urbanizada da Lagoa de São Raimundo Nonato.


Foi também em 2010 que a cidade recebeu o maior público do carnaval, com cerca de vinte mil foliões por noite. Para 2011, a cidade se preparada para ver dobrar esse público. A prefeitura está realizando uma ampla campanha na qual pede que os comerciantes abasteçam os seus estabelecimentos, e os donos de pousadas e hotéis invistam em melhorias para receber bem os turistas.


O carnaval de Várzea Alegre passou a ser uma grande oportunidade de negócios, que influência diretamente a economia da cidade e consequentemente melhora o padrão de vida das pessoas.









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